TRIBUTO MARIA BETHÂNIA

Seria possível pensar em uma música gay brasileira??? Diante da diversidade de gêneros abrigados sobre a sigla MGB, poderíamos destacar uma linha que costurasse uma unidade às letras que abordam a temática do homoerotismo, onde a sua principal representante (na minha opinião) seria a abelha rainha Maria Bethânia, a principal DIVA. Existe alguma coisa mais gay do que "Menino do Rio" e "Beleza Pura" (Caetano), "Quem é Esse Rapaz" (Marina), "Robocop Gay" (Mamonas Assassinas), "Eu Gosto É de Mulher" (Ana Carolina), e as versões "Calúnias" (Ney Matogrosso) e "Façamos" (Chico Buarque). Se nos anos 70/80 o público LGBT precisava de letras em que este grupo pudesse "se reconhecer", hoje, depois de algumas conquistas sociais as letras dão lugar à atitude de afirmação e politização.

Existe o antes e o depois de Maria Bethânia, como por exemplo: Noel Rosa, com "Mulato Bamba", levou o tema para o reduto sagrado do samba. Diz a letra, talvez inspirada em Madame Satã, que o mulato faz "frente a qualquer valente, mas não quer saber de fita nem com mulher bonita". Pulando alguns carnavais de "Cabeleira do Zezé" e "Maria Sapatão", temos na linha evolutiva de nossa canção a Tropicália, que libertou, por meio de letras e atitudes, assuntos que teimavam em ficar trancados. Desnecessário chamar atenção para Caetano Veloso, um dos que sempre aborda a questão. "Ele me Deu um Beijo na Boca", "Eu sou Neguinha", e as gravações de "Nosso Estranho Amor" (Marina), "Gatas Extraordinárias" (Cássia Eller), "Escândalo" (Ângela Rô Rô), e "Três Travestis" (Zezé Motta) são exemplos. É assim que bandas como Cansei de Ser Sexy e cantoras como Laura Finocchiaro, Ana Carolina, Zélia Duncan, Maria Gadú, Mart'nália, entre outras, encarnam, a identidade moderna da diversidade afetiva.

O aconchegante MIX PUB encomendou a nossa Musa Andréia Luiza um tributo a Diva Maria Bethânia, onde cantará nesta QUINTA 19/01 os principais clássicos da interprete homenageada. O transformista e cover da “maricotinha”, Odilex fará uma apresentação pra lá de especial, vale a pena conferir!!! Quem sabe este projeto TRIBUTO, possa levar ao palco não só os clássicos destas cantoras como também os transformistas com covers de Clara Nunes, Alcione, Fafá de Belém, Ney Matogrosso, Cauby Peixoto, Gal Costa...!!!

Que prazer saber que, a qualquer momento, quando estiver batendo ponto na balada (gay), ou tranqüilamente paquerando e sendo paquerado, posso topar com essas mulheres gloriosas e seus covers glamourosos, seja em performances no palco ou na pista, nos embalos de “Como uma deusa” ou de “Reconvexo”!!!

Navegando pelas profundezas do Youtube deparei-me com este vídeo COMO ME TORNAR UMA DIVA? "Como uma deusa ninguém te mantém” quem sabe com este tutorial você aprenda a se tornar uma por conta própria, sem precisar sair de casa!!! Um guia prático para travestis, entendidas, gays e transexuais. Vale um PLAY!!!