sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A VIRADINHA MULTICULTURAL E O AXÉ BAIANO

Nos moldes e com pretensões de se tornar fixo no calendário cultural do Recife, a prefeitura tomou emprestado a idéia dos outros e juntou algumas atrações (Chico César, Fagner, Nação Zumbi, DJ Dolores e Lia de Itamaracá) numa salada mista sem precedentes... Será uma maratona de 48 horas de música programada para Virada Multicultural do Recife. O marco Zero, a Praça do Arsenal e Mercados Populares se transformarão em palco para as atrações...

A abertura da Virada acontece no Marco Zero, no Bairro do Recife, a partir das 18h. Um cortejo seguirá da Rua da Moeda em direção à Praça do Arsenal e será recepcionado por Lia de Itamaracá e Siba (ex-Mestre Ambrósio). Enquanto isso no Município de Jaboatão dos Guararapes, lá na praia de Piedade, o axé e seus derivados farão a festa. Os convidados baianos puxaram trios com direito a cordão de isolamento, abadás, Maria frufrus e um monte de sem noções atrás de um trio elétrico, ouvi rumores que só não vai quem já morreu... hehehehehehe!!! Euzinha ficarei no meio do caminho comendo pelas beirolas e de olhos bem arregalados atrás do que comentar...

Vou dar um giro manero no Recife Antigo e volto com mais informações, valeu!!!

Como prometido, tô euzinha de volta para contar como foi a minha VIRADINHA lá pelas bandas do Recife Antigo, onde por sinal parecia um carnaval de tanta gente. Nos três pólos em que bati coxas vi de tudo um pouco, cata só!!!

Na Rua da Moeda tinha um cantor que não sei o nome, me pareceu um tanto brega, mas super alinhado com um terno preto e de bermuda coladinha, onde a mala berrava!!! Tomava um espumante numa taça DI PRÁSTICO, chique de doer!!! Quando o cantor começou a cantar a musica "A Historia de Lilly Braun", de Chico Buarque e Edu Lobo, vibrei, pois adoro a história de Lilly Braun.



Para quem não conhece a personagem da música era super fã de romances. Lia livros e via filmes que falavam de amor e ficava imaginando como seria se ela fosse à personagem principal. Imaginava o homem dos seus sonhos, como ele seria e como seria sua aproximação. Lilly era daquelas mocinhas de filme, gostava de histórias com final feliz e possuía uma imaginação tão louca quanto fértil. Freqüentadora assídua de um bar próximo de onde morava, Lilly era conhecida lá por ser discreta e sempre tomar à mesma bebida, na mesma mesa toda a semana. O bar era uma danceteria discreta, música ambiente, bar man e sempre frequentado pelas mesmas pessoas. Ela nunca se interessara pelos caras que ali bebiam e conversavam. Achava que eles nunca lhe dariam o romance que ela tanto almejava. Queria algo arrebatador, diferente. Algo que lhe tirasse da mesmice e lhe levasse para dentro de seus livros e filmes de romance, mas desta vez de verdade, não só na imaginação.

Com o passar do tempo, Lilly nunca mais leu ou viu um romance. Pensava que, o que ela estava vivendo era suficiente. Nunca mais tomaram drinque no Dancing. Afinal, lá era cheio de homens, não ficaria bem para uma mulher casada freqüentar aquele lugar de solteiros. E também nunca mais recebera suas rosas azuis ou seus poemas. Sentia falta de tudo aquilo. Talvez Lilly seria mais feliz anteriormente e não sabia disso. Achava que sua felicidade estivesse nas mãos de um romance, mas estava enganada. Sua privação da vida que tinha antes lhe respondera que não. O romance da vida real lhe dissera que não. Ganhei a noite!!! Embriagado com esta história, euzinha danei a circular feliz e cantante, pois aquela música ficou um bom tempo martelando na minha memória...


Fui em seguida conferir as atrações da Praça do Arsenal, onde o cantor Nando Cordel embalava os casais de enamorados com seus hits de sucessos... Mas o melhor da noite ainda estava por vir e foi no Marco Zero que conheci a Orquestra Contemporânea de Olinda, que teve como convidado especial o cantor Expedito Baracho. A Orquestra é a reunião de alguns dos melhores músicos pernambucanos que não se contentam com a formação tradicional de uma banda. A primeira metade dos integrantes da banda responde pela base criativa: Gilú, Hugo Gila, Tiné, Maciel Salú, Rapha B. e Juliano Holanda, juntos vêm afinados em trabalhos anteriores como Bonsucesso Samba Clube, Academia da Berlinda, Variant, DJ Dolores e Orchestra Santa Massa e Terno do Terreiro, entre outros vários projetos.

A outra metade vem do Grêmio Musical Henrique Dias, comandado pelo Maestro Ivan do Espírito Santo (flauta, sax alto, barítono e tenor), Daniel Marinho (trompete), Ibraim Genuíno (trombone) e Alex Santana (Tuba), músicos formados pela primeira escola profissionalizante de músicos de Olinda sem fins lucrativos, que iniciou suas atividades em 1954 e realiza, até hoje, programas educacionais, culturais e de desenvolvimento comunitário na cidade Alta de Olinda/PE.



Logo após o show da orquestra era a hora de cantar pra subir, pois a nação de zumbis, se preparavam para atacar com seus cigarrinhos de maconha e cotoveladas ao som da Nação Zumbi. Corri que nem doida atrás do meu bacural em direção ao cais de Santa Rita, que mesmo com a distância do Marco Zero dava para sentir o cheiro de mato queimado, pois como não sou chegado a um baseado me dispersei e fui embora VIRADO no molho de coentro...

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