Foi no ano de 1995
que cheGAY em Olinda. Entre as colinas e o mar da cidade que fixei residência e
conheci a cultura local, cultura essa que só conhecia através dos versos e das
canções de Alceu Valença: “Bicho maluco beleza do Largo do Amparo”, “No meu
forró, tem Mateus tem Catirina, tem Dona Selma e muita rima”, “Pelas ruas que
andei procurei. Procurei, procurei te encontrar”, mas foi nos Quatro Cantos que
cheGAY, após subir e descer ladeiras... Tempo bom!!! Tempo do Bar da Maria, do Cartier
Latin de Kátia Alves, da Segunda Sem Lei do Clube Atlântico, os ensaios do
Nação Pernambuco no Mercado Eufrázio Barbosa, as noitadas no Fruta Pão e os
cocos de Dona Selma no Mercado da Ribeira... Hoje Olinda é uma cidade
dormitório sem cultura e sem agitos!!! Fora o carnaval a cidade cai num sono
profundo...
Olinda foi um divisor de águas na vinha vida, pois posso afirmar
com todas as LETRINHAS que adotei Pernambuco de coração, apesar de ser um
carioca da gema... Com o auxílio luxuoso de uma prima de meu companheiro (há 25
anos) alugamos uma casa de quatro quartos ao pé do Farol de Olinda, no bairro
Amaro Branco, no início era tudo FESTA (enquanto durou meu fundo de garantia do
Jornal Do Brasil, onde trabalhei por 12 anos).
Parte do FGTS investiu-se em um bar, o CARIOCA’S que funcionava na
garagem da residência, como éramos vistos como turistas levamos alguns canos na
base do fiado e fomos denunciados ao proprietário do imóvel por usar a garagem
para fins comerciais... Tivemos que desfazer de tudo e resolvemos investir na
produtora que tenho até hoje, a ARTE TROPICAL PRODUÇÕES, fomos à cata de
artistas locais da cultura popular para agenciá-los junto a receptivos,
eventos, hotéis e feiras de arte popular. Trabalhamos com grupos, entre eles a
CACAO (Companhia de amigos da cidade alta de Olinda), Cia. Brasil Por dança,
Selma do Coco, Maracatudo Camaleão...
A Pousada dos Quatro Cantos de Olinda do
querido amigo Marcos Aurélio foi o nosso quartel general, onde nela realizamos
a produção e a programação do carnaval para os hospedes do Hotel Pousada nos
anos de 97 e 98. Com certo respaldo e reconhecido na cidade alta como
produtora, batemos na porta da prefeitura e conseguimos por quase um ano
promover o DOMINGO DA RIBEIRA, com muitos shows... Com a iniciativa,
revitalizamos um espaço que não era aproveitado na época, juntamos nossos
esforços e fechamos uma parceria com a descolada Kátia Alves que deu sequência
ao projeto...
Nossa maior dificuldade em Olinda era o pós-carnaval, sem turista
na cidade as oportunidades eram poucas e precisávamos sobreviver o resto do
ano... Distribui currículo para todos os jornais e nada de oportunidades, foi
aí que uma querida amiga Tereza me convidou para trabalhar com ela no Bar Maria
Maria (da saudosa Maria de Olinda), em seqüência veio Manga Rosa Club, no
bairro de Jardim Atlântico e para fechar com chave de ouro, a Boate Butterfly,
um convite do patrão e amigo Diniz. De lá pra cá deixei de ficar pulando de
galho em galho e há oito anos me dedico quase que integralmente ao ANTENA MIX.
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