“...Cidade maravilha
/ Purgatório da beleza / E do caos / Capital do sangue quente / Do melhor e do
pior do Brasil / Na cidade sangue quente / Na cidade maravilha mutante...”
Rio, 40 graus é um filme
com roteiro e direção de Nelson Pereira dos Santos. É considerada a obra
inspiradora do cinema novo, e filmado na cidade maravilhosa num domingo
tipicamente carioca e de sol escaldante.
Os 40 graus cantado por Fernanda Abreu
de ontem em nada lembra os 42 de graus do último dia que passei de férias por
aqui... Um calor de rachar o bico de qualquer um!!! Dizem as boas línguas que a
cidade só tem duas estações no ano, o verão e o inferno... hehehehehehe!!! Todos
os verões do Rio registra a vocação da cidade para lançar modismos... Voltando
um pouco no tempo, lembro-me das Dunas da Gal (referência ao local em que, na
década de 70, Gal Costa ficava horas olhando para o nada). O biquíni foi
ficando cada vez menor até virar o fio dental, moda exportada para o mundo
inteiro. Teve também o verão da lata, em 1987, quando toneladas de latas de
maconha surgiram nas praias do Rio, lançadas pelo barco Solana Star como forma
de escapar da polícia marítima.
Depois veio o verão do apito, em 1994, forma
que a turma do Posto 9 inventou para avisar a aproximação da polícia, atraída
pelo cheiro da Cannabis sativa. Da mesma maneira que a classe média roubou a
cena dos ricos de Copacabana, o subúrbio também invadiu as areias escaldantes
do litoral do Rio de Janeiro, graças a via expressa linha Amarela, que levou
todo o subúrbio para a Barra da Tijuca e nos dias de hoje é possível sair do
subúrbio da Pavuna até Ipanema pagando uma única passagem de metrô,
maravilha!!! Para não dizer que não falei dos gays: as fronteiras da presença
gay em Ipanema se ampliam a cada temporada. O cinturão cor-de-rosa já vai do
posto 7 (praia do Arpoador) às proximidades do posto 10.
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