Geni é uma personagem
travesti que faz parte da peça “A Ópera do Malandro”, de 1979, que Chico
Buarque fez baseada na “Ópera dos Três Vinténs” de Bertolt Brecht. Na peça de
Brecht aparece à prostituta Janny, na peça de Chico Buarque o nome foi adaptado
para Geni. A música é muito conhecida, mas a minoria das pessoas sabe, ou finge
não saber, que Geni é uma travesti (a maioria acha que é uma mulher). Por
ironia, a música fala da hipocrisia e falso-moralismo da sociedade, pois Geni é
valorizada apenas quando convém.
Posso dizer que o ANTENA MIX é uma espécie
de Geni (valorizado só quando elogia a classe artística e quando desagrada, é
tido como um vilão, sendo apedrejado da mesma forma que Geni foi um dia). A
letra mostra que Geni tinha uma vida sexual bastante ativa e sem catraca
seletiva porque “ela dá pra qualquer um”. Mas no começo da música, além de
sexo, também é possível interpretar atos de caridade, pois ela “dá-se”, ela se
coloca à disposição, e é um “poço de bondade”, é caridosa, principalmente com
grupos vulneráveis e excluídos socialmente.
Que outra mídia aqui
no Recife dá espaço e valoriza a classe artística LGBT??? Na mesma forma que a
Geni, o ANTENA MIX representa o GUETHO. É fácil entender a história. Quando
Geni revela que não conseguiria fazer o sacrifício, a cidade hipócrita veio
convencê-la do contrário, usando três personagens importantes em qualquer
sociedade: os representantes do poder público (prefeito de joelhos), do poder
religioso (o bispo de olhos vermelhos) e o poder econômico (o banqueiro com um
milhão). Tanto o ANTENA MIX quanto o personagem Geni representam a cor
Laranja da Bandeira LGBT. Na cromoterapia, o laranja é a cor mais energética de
todas!!! Quem sabe esses que apedrejam as Genis da vida e o ANTENA MIX, se
arrependem e passam a valorizar e respeitar a livre expressão!!!
Quem sabe um dia???
Quem sabe um dia???
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